Estudo projeta futuro da nova era da comunicação global
Documento elaborado pelo Grupo RBS traz 11 ponderações sobre o tema
O The Communication
Revolution, projeto organizado pelo Grupo RBS em parceria com a
cineasta Flavia Moraes, surgiu em 2013. A proposta da iniciativa é promover uma
minuciosa investigação acerca do futuro da indústria da comunicação,
pautando-se em 11 premissas.
A
primeira delas diz respeito à transparência, quando o jornalista deve
ser claro e autêntico em seus posicionamentos. Em caso de erros,
é responsabilidade do autor assumi-los.
Um dos
entrevistados pelo projeto, o publicitário Washington Olivetto afirma que "ser
acreditável é um dos maiores patrimônios da comunicação". O
profissional relembra a longeva propaganda da Bombril, marca para qual
trabalhou durante 35 anos (veja os principais comerciais aqui).
Olivetto
pontua que uma das maiores sacadas dos comerciais do produto foi usar o mesmo
personagem por vários anos. Graças a esse fato, o publicitário diz que o ator
Carlinhos Moreno, intérprete do personagem, se tornou acreditável pelo público.
Aliás, o
profissional pondera que para um personagem adquirir credibilidade, é
necessário saber administrar a sua biografia. De acordo com ele, a criação do
Garoto Bombril passou por tal processo e é daí que o reconhecimento adveio.
A segunda
premissa estipulada pelo projeto toca na seleção de curadores criteriosos e
confiáveis. Em meio à caótica rede de informações, é necessário que um
profissional de comunicação saiba filtrar, informar, e sobretudo, surpreender.
Nas
palavras da jornalista da TV Globo, Sônia
Bridi, um jornalismo sem credibilidade é
panfletagem. Ela ainda destaca que o público deve estar ciente de que
o jornalista não quer vender um ponto de vista.
Bridi
corrobora que a confiabilidade consiste na apresentação de vários pontos de
vistas de um fato, checados e rechecados. Ou seja, ouvir uma fonte, mas
verificar se o que ela disse é verdadeiro.
Cultura
participativa
A
terceira premissa formulada concerne no engajamento participativo e no estímulo
à queda de fronteiras e barreiras. Aqui, o valor está na multiplicidade
de oportunidades oferecidas pelo mundo.
Felipe
Neto, youtuber do canal Parafernalha,
assevera que o desafio das mídias tradicionais é entender a internet. Para
ele, apesar da credibilidade, tais mídias ainda não flertam da maneira
correta com as plataformas online.
A
construção de uma cultura de diálogos e criação coletiva em distintas
plataformas são paradigmas da quarta premissa. Neste tópico, valoriza-se
a pluraridade e multifacetagem de conceitos.
O
jornalista Xico Sá frisa que a pluraridade, atualmente, já faz parte de todos
os processos do jornalismo.
Na quinta
premissa, a palavra de ordem é mobilidade. O campo móvel permite a
adoção de novos formatos e novas configurações, resultando em novas
experiências.
"Qual
é o horário de trabalho? O horário de trabalho é quando eu acordo e pego o
meu mobile". Dessa forma, o diretor de comunicação e marketing
da Fundação
Getúlio Vargas (FGV), Marcos Facó, reflete a cultura mobile.
Para o
representante da FGV, usar tecnologias mobile em
qualquer hora e lugar extingue hierarquias e a ideia de
"espaço-tempo". Acessar e-mails de trabalho ônibus é um dos
exemplos que abalizam o pensamento do diretor.
As
versões betas são a ideia principal da sexta premissa. O foco está em questões
como permeabilidade, questionamento e autocrítica.
Marcelo
Tas, da TV Bandeirantes, afirma que hoje em dia "as coisas estão em estado
beta". O jornalista menciona a Google, que sela explicitamente o principal
produto como "beta”, ou seja, em fase experimental.
Disrupção
A sétima
premissa do projeto envolve inovação, com visada para o
futuro. Logo, são permitidos experimentações e riscos, desde que
foquem novos caminhos, nos estimulando a sair da bolha.
Ilustrando
tal tópico, o diretor nacional da Creative Commons, Ronaldo
Lemos, reporta o pioneirismo do Marco
Civil da Internet. Ele afirma que a iniciativa foi impactante por promover uma
participação coletiva, estar disponível a qualquer cidadão interessado.
Sobre
o papel das tecnologias futuristas, Lemos diz que elas podem
contribuir na prospecção de boas ideias no cenário democrático. "Eu
penso que a tecnologia pode democratizar a democracia, para que ela chegue na
vida cotidiana", expôs.
Estudo projeta futuro da nova era da comunicação global
Documento elaborado pelo Grupo RBS traz 11 ponderações sobre o tema
O The Communication
Revolution, projeto organizado pelo Grupo RBS em parceria com a
cineasta Flavia Moraes, surgiu em 2013. A proposta da iniciativa é promover uma
minuciosa investigação acerca do futuro da indústria da comunicação,
pautando-se em 11 premissas.
A
primeira delas diz respeito à transparência, quando o jornalista deve
ser claro e autêntico em seus posicionamentos. Em caso de erros,
é responsabilidade do autor assumi-los.
Um dos
entrevistados pelo projeto, o publicitário Washington Olivetto afirma que "ser
acreditável é um dos maiores patrimônios da comunicação". O
profissional relembra a longeva propaganda da Bombril, marca para qual
trabalhou durante 35 anos (veja os principais comerciais aqui).
Olivetto
pontua que uma das maiores sacadas dos comerciais do produto foi usar o mesmo
personagem por vários anos. Graças a esse fato, o publicitário diz que o ator
Carlinhos Moreno, intérprete do personagem, se tornou acreditável pelo público.
Aliás, o
profissional pondera que para um personagem adquirir credibilidade, é
necessário saber administrar a sua biografia. De acordo com ele, a criação do
Garoto Bombril passou por tal processo e é daí que o reconhecimento adveio.
A segunda
premissa estipulada pelo projeto toca na seleção de curadores criteriosos e
confiáveis. Em meio à caótica rede de informações, é necessário que um
profissional de comunicação saiba filtrar, informar, e sobretudo, surpreender.
Nas
palavras da jornalista da TV Globo, Sônia
Bridi, um jornalismo sem credibilidade é
panfletagem. Ela ainda destaca que o público deve estar ciente de que
o jornalista não quer vender um ponto de vista.
Bridi
corrobora que a confiabilidade consiste na apresentação de vários pontos de
vistas de um fato, checados e rechecados. Ou seja, ouvir uma fonte, mas
verificar se o que ela disse é verdadeiro.
Cultura
participativa
A
terceira premissa formulada concerne no engajamento participativo e no estímulo
à queda de fronteiras e barreiras. Aqui, o valor está na multiplicidade
de oportunidades oferecidas pelo mundo.
Felipe
Neto, youtuber do canal Parafernalha,
assevera que o desafio das mídias tradicionais é entender a internet. Para
ele, apesar da credibilidade, tais mídias ainda não flertam da maneira
correta com as plataformas online.
A
construção de uma cultura de diálogos e criação coletiva em distintas
plataformas são paradigmas da quarta premissa. Neste tópico, valoriza-se
a pluraridade e multifacetagem de conceitos.
O
jornalista Xico Sá frisa que a pluraridade, atualmente, já faz parte de todos
os processos do jornalismo.
Na quinta
premissa, a palavra de ordem é mobilidade. O campo móvel permite a
adoção de novos formatos e novas configurações, resultando em novas
experiências.
"Qual
é o horário de trabalho? O horário de trabalho é quando eu acordo e pego o
meu mobile". Dessa forma, o diretor de comunicação e marketing
da Fundação
Getúlio Vargas (FGV), Marcos Facó, reflete a cultura mobile.
Para o
representante da FGV, usar tecnologias mobile em
qualquer hora e lugar extingue hierarquias e a ideia de
"espaço-tempo". Acessar e-mails de trabalho ônibus é um dos
exemplos que abalizam o pensamento do diretor.
As
versões betas são a ideia principal da sexta premissa. O foco está em questões
como permeabilidade, questionamento e autocrítica.
Marcelo
Tas, da TV Bandeirantes, afirma que hoje em dia "as coisas estão em estado
beta". O jornalista menciona a Google, que sela explicitamente o principal
produto como "beta”, ou seja, em fase experimental.
Disrupção
A sétima
premissa do projeto envolve inovação, com visada para o
futuro. Logo, são permitidos experimentações e riscos, desde que
foquem novos caminhos, nos estimulando a sair da bolha.
Ilustrando
tal tópico, o diretor nacional da Creative Commons, Ronaldo
Lemos, reporta o pioneirismo do Marco
Civil da Internet. Ele afirma que a iniciativa foi impactante por promover uma
participação coletiva, estar disponível a qualquer cidadão interessado.
"Então, talvez,
uma das tarefas da tecnologia do futuro e das mídias do futuro seja justamente
contribuir para diminuir esse trabalho da democracia de fazer com que boas
ideias prosperem" (Ricardo Lemos, da
Creative Commons)
A razão de ser das empresas transcende o lucro na oitava premissa e alude às reflexões com significados mais nobres. Mais do que pensar em capital, deve-se pensar em servir e melhorar a qualidade de vida das pessoas.
O fundador da Editora Trip, Paulo Lima, pontua que o surgimento da empresa não visou prioritariamente questões financeiras. Ele diz que a pretensão é "ficar trocando e expondo coisas, produzindo boa reflexão e subir a régua do Brasil".
A construção de alianças e as operações em rede são balizas da nona premissa do projeto. O valor real do trabalho consiste no envolvimento e na colaboração coletiva.
Nesse contexto, o cineasta Jorge Furtado destaca o relacionamento dos jornalistas com as fontes, que ultrapassa a mera colaboração. Para ele, a fonte deve transmitir lealmente informações confiáveis, que posteriormente serão checadas e mantidas sob sigilo pelos jornalistas.
O décimo tópico do projeto abarca a intuição, capacidade lógica do olhar atento e hipertextual.
Analogamente, o coordenador do Catraca Livre, Gilberto Dimenstein, questiona o dilema "a inteligência ou burrice das coisas", dotando-o de neutralidade. Segundo o jornalista, apesar da internet das coisas representar evolução, não se sabe até onde ela inibe a intuição humana.
Por fim, a última premissa circunda a utilidade. O direcionamento desta característica leva a percepção de como o produto é, subjetivamente, útil as pessoas.
O professor da PUC do Rio Grande do Sul, Eduardo Pellanda, pondera que as mídias se adaptam mais ao público. Ele pontua que "horário nobre" é o nosso e que as redes sociais estão ressignificando as programações dos veículos.
"A gente não se adapta tanto à mídia; a
mídia se adapta mais à gente" (Eduardo Pellanda, Famecos PUCRS)
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A Revolução
Digital e os Desafios da Comunicação (MATTOS, Sérgio Augusto Soares, 2013) - clique
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Esfera
pública, redes e jornalismo (MARQUES,
Ângela Cristina Salgueiro, 2006, Editora E-papers)
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